O primeiro ponto a se valorizar nesse projeto é a paisagem extremamente agradável. Perto de um vale a 80 km de Gramado e 70km de Porto Alegre, a uma altitude de 690m (a capital gaúcha está praticamente ao nível do mar), o terreno em declive está repleto de vegetação serrana e araucárias. Também tem como grande qualidade a vizinhança, ocupada por colonização alemã muito hospitaleira e zelosa das suas terras e jardins. Além disso possui uma nascente formando um açude, e construções de antigos colonos, muito simpáticas. A região próxima ao terreno vive da acácia, uma árvore de médio porte de onde se extrai lenha e um tanino, necessário para aplicação na curtição de couro. Parte do terreno em questão também é ocupado por este tipo de plantação, local que não será utilizado por hora.
Bem, falando brevemente do projeto em termos de (1) referências, (2) implantação e (3) distribuição interna e volumetria, destaco algumas características que busquei criar, mas que terão que ser revistas, como diz o gaúcho, por diversos "entreveros" ambientais. Quanto às referências arquitetônicas (1) que mais me inspiram, seguem conceitos bastante distintos e aparentemente antagônicos! No entanto acredito que, tendo um partido claro, pode-se combiná-las de modo harmônico e complementar. Quem diria que um organicista poderia “cantar” junto com a Bauhaus? Seria possível fazer uma “Jam session” de Frank Lloyd Wright com Louis I. Kahn? Parece impossível (e não quero provar o contrário), mas – esta é a verdade – se aprendemos a admirar um e outro, simplesmente acabamos incluindo-os no repertório, ao longo da criação.


Para definir em poucas palavras, a implantação (2) se organiza em sentdo de insolação – evidentemente –, mas também de vistas: que os dormitórios estivessem com a vista e a iluminação bem resolvida. É esta a razão pela qual os dois volumes de dormitórios estão enfileirados, olhando para o mesmo lado, com uma separação razoável, para garantir a boa ventilação e iluminação.


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